''O ódio é como um câncer, ele corrói o coração.'' @EditoraNovoConceito @SarahJio @AÚltimaCamélia
Essa Sarah Jio ainda acaba com meu coração com seus romances intensos e cheios de mistérios. As obras dessa autora sempre começam de forma despretensiosa e vão crescendo e se desenvolvendo lindamente, e quando você vê não consegue mais largar a história sem saber o que vai acontecer até a última linha.
A Última Camélia é comovente e intrigante.
Sou apaixonada por histórias que mexem com o tempo, esse vai e volta, a parte histórica, a apresentação de personagens igualmente interessantes, ladeado ao mistério e a curiosidade.
Sarah mistura nesse romance inúmeros elementos. Vários estilos em um romance.
Encontramos uma mansão, um jardim muito especial e uma história de matar, de um lado estamos as portas da Segunda Guerra Mundial com Flora e suas crianças, de outro quase 60 anos depois conhecemos Addison que esconde terríveis fatos de seu passado não tão bem enterrado.
''[...] Ele queria que ela fosse alguém que ela não era, ele queria que ela ficasse em casa, como um pássaro que é exibido em uma gaiola dourada. Mas ela não conseguia ficar confinada daquela maneira. Ela queria ser livre.''
O que teriam em comum duas mulheres tão diferentes? Que viveram em épocas diferentes? Que provavelmente jamais se conheceriam?! Bem... talvez as camélias possam contar!! Ou melhor A Última Camélia.
Uma flor rara e capaz de levar o homem a cometer loucuras.
No passado: Flora acaba caindo em uma cilada, saindo de sua terra em busca de dinheiro para ajudar seus pais, a moça conhece um homem perigoso que mexe com tráfico de flores, um mercado muito promissor e rico nessa época. Com o intuito de ajudar a ''roubar'' uma camélia muito rara, Flora vai trabalhar como informante... digo, babá de quatro crianças em uma velha mansão de luxo em Londres. Muitos mistérios rodeiam o jardim de flores cultivados pela mãe falecida das crianças. Uma morte estranha, jovens mulheres que desaparecem, um pai autoritário e frio. Mas apesar da história sofrida e das ameças Flora conhece aquele que pode ser o amor de sua vida e tem a chance de ajudar os irmãos a passarem pela dor.
Cerca de cinquenta anos depois, a mansão pertence a família de Rex, este esposo de Addison, uma mulher que com unhas e dentes tenta esconder seu passado, até começar a ser chantageada pelo mesmo. Entre medos e segredos, Addison acaba também se envolvendo com a história da casa, do jardim e das flores.
Os mistérios do passado podem ser desvendados no presente.
''[...] acho que as pessoas são bastante parecidas com aquelas estrelas lá em cima. Algumas brilham fraquinhas por milhões de anos, mal podendo ser vistas por nós na Terra. Elas estão lá, mas você mal percebe. Elas se misturam, como um ponto em uma tela. Mas outras brilham com tanta intensidade que iluminam o céu. É impossível não notá-las, não se maravilhar com elas. Estas são as que duram pouco. Elas não conseguem durar muito. Usam toda a sua energia rapidamente. Mamãe era uma dessas.''
Saber quem era o assassino em série, juntamente com a grande pergunta: O que de fato aconteceu no passado de Addison me fizeram engolir a história em menos de dois dias. Esse romance histórico me conquistou desde a apresentação das personagens, como de costume nos livros da autora são mulheres, que não levam ou levaram uma vida fácil, me envolvi com a trama de cada uma dela, e depois com o mistério e como as histórias acabam se intercalando. Foi uma leitura fácil, gostosa e rápida. A escrita de Sarah é envolvente e profissional. Esse é o terceiro livro da autora que leio e confesso que ficou entre os meus preferidos.
A Última Camélia é intrigante, interessante e envolvente. Um romance completo, com boas histórias e personagens. Me conquistou pelo mistério, é daqueles romances que você investiga e desvenda com os protagonistas, é como um filme antigo na sua cabeça, onde você é a personagem do presente sendo o mocinho, o bandido e o juiz. A Última Camélia com sensibilidade e aquele algo mais sombrio é uma grande obra para ser lida e relida muitas vezes.
''Pois as flores deverão ser ungidas com seu sangue para desabrocharem belas.''
Paula Juliana
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