Resenha: Quem Tem Medo do Feminismo Negro? - Djamila Ribeiro
Classificação: 5/5 ♥ Favorito
Editora: Companhia das Letras
Skoob
Classificação: 5/5 ♥ Favorito
Editora: Companhia das Letras
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Sinopse: Quem Tem Medo do Feminismo Negro? - Djamila Ribeiro
Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista CartaCapital, entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante.
Muitos textos reagem a situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade. Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.
''Enquanto naquela época mulheres brancas lutavam pelo direito ao voto e ao trabalho, mulheres negras lutavam para ser consideradas pessoas.''
Está na hora de conversar!
Considerando o momento que estamos passando em nosso país, resolvi enfim fazer a resenha desse livro, já tinha o terminado há algumas semanas, mas ainda não tinha tido forças para vir aqui e ter essa conversa com vocês. Mais que uma resenha, espero também levantar uma bandeira neste texto e mobilizar as pessoas que acompanham o blog. Estamos em eleição, estamos em um momento muito importante para o Brasil, escolhas feitas agora podem muito bem ser um ponto de esperança ou mesmo um retrocesso sem igual para nossa nação.
Considerando fatos, sem partidos, ou apologias, quero mesmo aproveitar a resenha dessa obra MARAVILHOSA escrita pela autora Djamila Ribeiro, o livro: Quem Tem Medo do Feminismo Negro? para tratar algumas questões que merecem ser discutidas SEMPRE, pois são fundamentais para mudar a situação que vivemos e que vamos viver futuramente.
''Não adianta se incomodar com isso e ser contra as cotas, ser fã de humorista racista, chamar militantes de vitimistas. Ou ainda ser a favor da redução da maioridade penal quando se sabe que ela só vai encarcerar jovens negros, porque se julga que jovens brancos ricos ou de classe média são ''de boa família'' e ''cometeram um erro''.''
Quem Tem Medo do Feminismo Negro? fala sobre racismo, sobre feminismo, sobre desigualdade, heranças históricas, fala sobre ''minorias'', sobre preconceitos, sobre sociopolítica, sobre cultura, imagem e violência sexual. Djamila Ribeiro expõem fatos e opiniões por meio de seus textos, em sua maioria curtos que foram publicados no blog CartaCapital. Não poderia ter lido em momento melhor. Sinto que a sociedade está se perdendo, sempre fomos um povo preconceituoso, mas por agora tudo parece mais evidente, então agora mais do que nunca devemos TRATAR temas como esses, os discutir, desmistifica-los, exigir políticas públicas para mudar essa cultura sombria e não o contrario.
''Cotas raciais são necessárias porque este país possui uma dívida histórica para com a população negra. Dizer-se antirracista e ser contra as cotas é, no mínimo, uma contradição cognitiva e, no máximo, racista. ''
Djamila Ribeiro fala sobre o feminismo, mas um feminismo ainda mais marginalizado que o nosso, o feminismo negro. Mulher por ser mulher sempre foi um luta, ser mulher e negra é ainda mais estereotipado, se for gay então, ai temos o combo preconceito. Muitas mulheres sofrem esse tipo de violência diariamente. São pequenos comentários, são olhares, são atos, o que para alguns pode ser normal, na verdade nunca devia ser. Dizer que não devemos oprimir ou dividir alguém pela cor da sua pele, pelo seu sexo ou sexualidade é fácil, quero ver é extinguir esse tipo de tratamento, mudar uma cultura, pois sim, vivemos em uma sociedade machista, e preconceituosa, as pessoas falam e respiram preconceito mesmo sem se dar conta. E essa ''doença'' tem que ser tratada, então, devemos conversar!
''Falar de questões que foram historicamente tidas como inferiores, falar de mulher, população negra e LGBT, é romper com a ilusão de universalidade que exclui. Não nos enganemos quando eles dizem que falam de temas universais e nós não. Estão somente falando de si próprios.''
Os textos de Djamila Ribeiro são maravilhosos e também dolorosos, são críticos e reais, gostaria muito que todas as pessoas que conheço tivessem a chance de ler essa obra e a entende-la. Gostaria de viver em uma sociedade igualitária onde não precisássemos lutar pelo certo.
''O discurso criminoso de Jair Bolsonaro no dia da votação ilegítima do impeachment na Câmara mostra isso. Ele fez alusão ao Coronel Ustra, homem que comandou o Doi-Codi, e o chamou de ''pavor de Dilma'' , que foi torturada na ditadura. Independente das críticas que se tenha ao governo, o machismo é evidente.''
Quem Tem Medo do Feminismo Negro? é uma obra forte, levanta temas importantes, fala sobre história, as pessoas deveriam dar uma atenção maior para a nossa história para assim não repetir erros, fala sobre desigualdades, sobre a cultura do estupro, sobre a necessidade das cotas, sobre o problema de diminuir a maior idade penal. Os textos de Djamila Ribeiro falam sobre assuntos atuais, que apareceram na mídia entre 2014 e 2017 e levantam bandeiras que não devem ser ignoradas, principalmente AGORA! Não estamos falando apenas sobre preconceito, estamos falando sobre princípios e moral, afinal, eles dizem muito sobre a sociedade brasileira.
''O país onde todos adoram samba e carnaval, mas onde se mata mais negros no mundo. O brasileiro não é cordial. O brasileiro é racista.''
''A cultura é construída, portanto os valores dela também o são.''
#EleNão #SefereaminhaexistenciaSereiResistencia #Porumasociedadejusta
#DEMOCRACIA #DITADURANÃO
Paula Juliana
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