Entrevistando meus Autores - O Prazer da Literatura Nacional - Raquel Pagno!

Entrevistando meus Autores - O Prazer da Literatura Nacional!

Entrevista Blog Overdose Literária:

Autor: Raquel Pagno

 
O. L. - Oi Querida Autora! Conte aos leitores como surgiu a sua história como escritor e suas expectativas com a publicação.

Autora: Eu sempre escrevi. Desde que aprendi a juntar as primeiras letras já gastava meu material escolar montando livrinhos. Nunca levei a sério a ideia de publicar.
Antigamente, sem a internet, as coisas erram mais difíceis e eu não tinha a menor ideia de como contatar uma editora e nem ansiava por isso. Desta forma, perdi muitos dos meus originais; livros inteiros dos quais me desfiz.
Quando escrevi Rubi de Sangue, mostrei o texto para uma amiga, que me aconselhou a colocá-lo na internet e me mostrou alguns sites de exposição de originais. Eu acatei, meio que de brincadeira.
Fiquei surpresa quando comecei a receber propostas de editoras, não somente aqui do Brasil, mas também de Portugal, onde então optei por publicar.

O. L. - Como surgiu a ideia de escrever o livro? Quanto tempo levou mais ou menos para escrever?

Autora: O lançamento, Herdeiro da Névoa, surgiu da minha vontade de conhecer Paris, aliada a conversas que tive com um brasileiro que foi bolsista na Cidade Luz na década de 50 e formou-se em direito na Sorbonne.
Juntando as duas coisas, nasceu Herdeiro da Névoa.
Entre pesquisa e a escrita do livro propriamente dita, levei pouco mais de um ano e meio.

O. L. - Fale um pouco sobre a sua Obra (Os personagens! A Capa! Enredo!):

Autora: O livro é escrito em primeira pessoa, logo vimos os acontecimentos pelos olhos de Inácio Vaz. Como mencionado acima, minha principal inspiração para compô-lo foi o fato de ter conhecido uma pessoa que formou-se na Sorbonne, na mesma época em que se passa o enredo do livro. Com certeza, muitas das impressões, sensações e acontecimentos atribuídos a Inácio, foram-me contadas por esta pessoa.
Quanto a capa, toda vez que eu imaginava o livro, o via como uma antiga fotografia de Paris. A editora fez três opções de capa, baseada nas minhas expectativas.
Partindo de uma premissa principal o enredo foi nascendo no decorrer da história.

O. L. - O que você anda lendo no momento e qual é o seu gênero de leitura preferido? Algum autor preferido?

Autora: Eu sou bem abrangente, leio de tudo, mas gosto de elementos sobrenaturais. No momento estou lendo O Palácio da Meia Noite (Carlos Ruiz Zafón). Gosto muito de suspense e um terrorzinho leve (risos). E claro, sou fã de um bom romance.
Entre os meus autores preferidos estão Carlos Ruiz Zafón, Anne Rice, Cristina Azevedo (autora de Nacqua, O Reino Escondido) e a estreante Carla Pachêco (autora de Perfume de Hotel). Já fui uma grande fã do Paulo Coelho, foi através dos seus livros que comecei a escrever de verdade.
Estou surpresa com muitos autores da nova literatura nacional, minha estante está cheia de livros ainda não lidos, então, creio que em breve novos preferidos surgirão.

O. L. - Tem algum lugar onde você tem mais inspiração para escrever?

Autora: Não, a inspiração chega nos momentos mais inusitados. Por exemplo, às vezes estou no meio de uma obra, ou medição e bum! A ideia aparece do nada e lá vou eu atrás de papel e caneta antes que a história fuja. Meu chefe é que curte isso... (risos)
Pode parecer estranho, mas trabalho com engenharia, arquitetura e topografia. Nada a ver com literatura.

O. L. - Fale um pouco sobre as dificuldades de publicação.

Autora: O mercado brasileiro está se abrindo aos novos autores, porém ainda é muito restrito. O que acontece na maioria das vezes é a editora pedir uma grande quantia em dinheiro ou a compra de uma terminada parte da tiragem pelo autor, para viabilizar a publicação. Ou seja: ou você paga, ou o seu livro não é publicado.
Outra alternativa seria a impressão sob demanda ou auto publicação ou ainda a publicação digital que tem um baixo custo para o autor.
No meu caso, optei por publicar em Portugal por que não podia bancar uma publicação no Brasil. Já estou no meu 4º livro publicado e o Herdeiro da Névoa é o primeiro a ser comercializado também no mercado nacional.

O. L. - Quais conselhos você daria para os que sonham em escrever um livro?

Autora: Eu lhes diria para avaliar todas as alternativas, para ter coragem e persistência. Diria que não é fácil, mas também não é impossível se isso é o que você realmente quer. E o principal: escreva por amor; escreva para ser feliz.

O. L. - Você acha que a Internet e os blogs literários têm um papel importante na divulgação dos livros nacionais?

Autora: Muito importante. Não apenas para os nacionais, para qualquer livro.
Eu mesma, antes de comprar um livro novo, dou uma passada nos blogs para conferir as resenhas. Confesso que resenhas negativas já me desestimularam em comprar, assim como as positivas já me levaram a adquirir livros que até então eu não pretendia.
Esse é o risco que o autor corre ao optar pela parceria: ter uma resenha negativa que mais atrapalhe do que ajude na divulgação do seu trabalho.
A internet, sendo um meio de divulgação quase sempre gratuito ou de baixo custo, acaba sendo muitas vezes a única opção para o autor.
              
O. L. - Como surgiu o seu interesse pela escrita?

Autora: Desde muito cedo minha mãe comprava para mim livros de contos de fadas e outras estórias. A partir do momento que comecei a ter contato com os livros, soube que era isso que eu queria fazer, não com o intuito comercial, mas por que era o que eu gostava e me fazia feliz.

O. L. - Como funciona a criação dos seus personagens? Eles nascem prontos ou são desvendados pouco a pouco?

Autora: Quanto às personalidades, nascem prontos. Quando imagino um personagem já seu se ele será tímido, extrovertido, sensato ou completamente maluco. Nas suas atitudes, são desvendados aos poucos. Muitas vezes fogem do destino previamente traçado, como se tivessem vontade própria.

O. L. - Eles costumam ser inspirados em pessoas reais ou são apenas frutos da sua imaginação?

Autora: Alguns são sim, inspirados em pessoas reais. Os dois casais de Seablue, por exemplo, são baseados em pessoas que eu conheci.

O. L. - Um livro que todos deveriam ler e por quê.

Autora: As Crônicas de Nárnia. Pelo conhecimento e os ensinamentos ocultos nas entrelinhas do livro.

O. L. - Muito obrigada pela entrevista e pela oportunidade de conhecermos um pouco mais sobre você. Quer deixar uma mensagem aos leitores?

Autora: Eu quero agradecer pela oportunidade de mostrar mais um pouquinho da minha vida e do meu trabalho.
Para quem ainda não conhece o Herdeiro da Névoa, leiam as resenhas que estão rolando na blogosfera e não deixem de conferir as novidades em www.raquelpagno.com.

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Paula Juliana