Entrevistando meus Autores - O Prazer da Literatura Nacional!
Autor: Danilo Barbosa
O. L. - Oi Querida Autor! Conte aos leitores como surgiu a sua
história como escritor e suas expectativas com a publicação.
Autora: Antes de tudo, olá galera do Overdose Literária. É muito bom
estar aqui neste bate-papo com vocês.
Vamos lá. Acho que a minha história como escritor foi natural devido ao
meu envolvimento com os livros desde pequeno. Eu fui aquele menino gordinho,
meio tímido, que para não sofrer bullying – hoje tem nome, rs – fui para a
biblioteca da escola e lá me descobri. Não esqueço até hoje o nome da
bibliotecária – Suzana – que me mostrou o meu primeiro livro... Uma história do
Ziraldo. Isso só evoluiu com os anos. Meu primeiro amor foram com os livros e
acho que a escrita foi uma maneira de colocar para fora os personagens que
também brotaram dentro de mim, vamos dizer assim. Expectativas de um autor? Ser
lido, sempre. Encontrar pessoas que leiam seus livros e de alguma forma, sua
obra traga algo para eles.
Autor: O Arma de Vingança veio de uma ideia meio doida. Tinha 15, 16
anos – estava nos últimos anos do colegial – e uma menina que estudava comigo
tinha ficado grávida de um cara, mas perdeu o bebê ao encontrá-lo com outra.
Trágico, né? Fiquei com isso certo tempo na cabeça, pensando no que eu faria no
lugar dela. Assim começaram os primeiros rascunhos do livro, na classe mesmo. A
primeira versão do Arma de Vingança devo ter levado uns 6 meses, mas antes da
publicação ele passou por duas mudanças. Sem contar que tive de digitá-lo, pois
tinha uma cópia só, em casa, datilografado na máquina da empresa do meu pai.
A voz e Um toque de solidão foram mais rápidos. Por serem novelas,
trabalhei as ideias na cabeça durante alguns dias e numa tarde as obras estavam
prontas. Agora a Princesa da Lapa – livro será lançado primeiramente em e-book
pela Amazon – foi mais trabalhoso. Foram dois anos de escrita, ainda estou nos
ajustes finais – criando uma personagem de realismo fantástico que nunca pensei
ser possível, rs.
O. L. - O que você anda lendo no momento e qual é o seu gênero de
leitura preferido? Algum autor preferido?
Autor: No momento estou
terminando Half Bad, da Sally Green, um livro sobre bruxos bem interessante.
Depois desse vou mergulhar em As sete irmãs, da Lucinda Riley... Adoro romances
históricos. Você me pegou em uma leva internacional, mas gosto bastante de livros
nacionais. Entre os meus preferidos, lá fora é Stephen King, sem dúvida. O cara
consegue navegar entre os mais variados gêneros e se dar bem. No nacional,
entre os mais antigos tenho Lúcio Cardoso. Crônica da casa assassinada é um dos
meus livros prediletos, sempre. Lá tem uma Ana também, que mexeu com o meu
fôlego. Temos Leticia Wierzchowski, que transforma poesia em prosa.
Recomendo não só A casa das sete mulheres, mas também Sal. Entre os novos, tem
os amigos que não canso de recomendar, tanto no romance quanto na literatura
fantástica: Walter Tierno, Felipe Castilho, Roxane Norris, Vanessa Bosso, Josy
Stoque, Janaína Rico, Landulfo Almeida, Felipe Colbert, Maurício Gomyde etc.
Não podemos esquecer outros grandes nomes como Daniel Galera, Raphael Montes e
Max Mallman... E por aí vai.
Autor: Não. Acho que os insights vem nos lugares mais adversos.
Preciso apenas de um note na mão e a ideia na cabeça. Tem dias que rola, mas
outras qualquer coisa distrai você.
O. L. - Fale um pouco sobre as dificuldades de publicação.
Autora: Sempre temos os nossos graus de dificuldade. No último ano
esse quadro vem mudando... Acho que a Amazon deu uma agitada nas coisas por
aqui, levando os novos autores nacionais para um público novo, o digital. Isso
é bom pois abriu espaço para nós entre as editoras, não só nas pequenas e
médias, onde esse espaço era mais acessível, mas também nas grandes, pois os
leitores passaram a exigir mais obras com as quais eles se identificassem. O
livro digital permitiu essa mudança de comportamento. Acho que em breve
começaremos a mandar mais livros para o mundo, em vez de comprarmos apenas o
que é sucesso lá fora. Contamos com isso.
O. L. - Quais conselhos você daria para os que sonham em escrever um
livro?
Autor: Estejam preparados. Escrever é prazeroso, mas requer trabalho,
dedicação, exposição, o tempo todo. Livros são compensadores para o autor, são
filhos que você oferece ao mundo, podendo criar de fãs ferrenhos a críticos
implacáveis. A fama não vem do dia para o outro, tem dias que vão ser difíceis,
mas você deve sempre amar o que está fazendo. Não é qualquer um que pode ser
autor... Acho que não é um rosto bonito ou escrever corretamente que faz você
se destacar. É fazer tudo isso com a alma, ela é a receita especial do sucesso.
Outra coisa, o maior crítico do seu trabalho deve ser você mesmo. Isso
pode torná-lo o maior inimigo ou incentivador de você mesmo. Escreveu? Leia,
releia, corte excessos, veja não só como escritor, mas como leitor também. Não
seja excessivo, faça tudo na medida certa. E bola para frente que o sucesso irá
te acompanhar.
O. L. - Você acha que a Internet e os blogs literários têm um papel
importante na divulgação dos livros nacionais?
Autor: Tenho certeza. Não sei
se você viu uma palestra na última Flip que, segundo estudos, hoje a internet e
as redes sociais formam o painel literário do país. Os nomes mais mencionados
nas redes são os mais adquiridos, sabia? O duro é que nesse quesito os autores
independentes perdem um pouco, já que não tem uma tiragem grande de livros para
enviar aos blogueiros e sites literários, como as editoras fazem. Por isso, o
nosso trabalho é de formiguinha, mas com o mesmo carinho. Agradeço pelo carinho
com qual o blogs me tratam. Eu conheço os dois lados. Fui durante quatro anos o
responsável pelo Literatura de Cabeça. E sei que quando esta parceria funciona
para ambos, é sucesso na certa.
O. L. - Como funciona a criação dos seus personagens? Eles nascem
prontos ou são desvendados pouco a pouco?
Autor: Eu digo que os personagens não são criados por nós, eles se
manifestam. São pessoinhas, gênios sem forma que invadem a nossa cabeça pedindo
uma identidade, um corpo, uma vida. E é isso que fazemos, colocando em palavras
as suas histórias. E, como presente, eles nos guiam, se revelam, se desnudam e
nos surpreendem até a última página.
O. L. - Eles costumam ser inspirados em pessoas reais ou são apenas
frutos da sua imaginação?
Autor: Somos cercados por informação todos os dias e é claro que algo
que nos chame a atenção influencie nossos personagens. Por isso, acho que é um
mix do que somos, do que imaginamos e do que presenciamos.
O. L. - Um livro que todos deveriam ler e por quê.
Autor: O meu, é claro... Brincadeira. Acho que as pessoas devem ler,
independente do que seja. Incentivar a leitura é bom demais. Ela edifica e muda
as pessoas.
O. L. - Muito obrigada pela entrevista e pela oportunidade de
conhecermos um pouco mais sobre você. Quer deixar uma mensagem aos leitores?
Autor: Quero agradecer a vocês. Afinal o
que seríamos de nós, autores, sem vocês? Vocês são o motivo de, mesmo quando
queremos abandonar tudo, continuamos escrevendo. Obrigado por cada um que leu
minhas histórias e de tantos autores nacionais. Peço que prestigiem a nossa
literatura, sempre. Não só os clássicos, mas a nova literatura nacional. Temos
textos de qualidade incomparável, melhor que muita literatura de massa
internacional. Aproveitem! Leiam e sonhem. Somos feitos de desejo e a fantasia
de um livro alimenta as nossas vontades.
Gostei bastante da entrevista. Já tinha ouvido falar do autor, mas não o conhecia a fundo.
ResponderExcluirM&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de agosto
Oi!!!
ResponderExcluirJá ouvi falar do Danilo, e adorei a entrevista.
Já tinha isto essa capa do livro dele rolando nas redes sociais, achei muito bonita.
Vou adicionar o livro na minha lista de próximas leituras, gosto de ler livros nacionais, claro os de boa qualidade.
Ainda não li nada dele, então vou conhecer sua escrita. rs
Beijinhos!
Jaque - www.prazermechamolivro.com
Oiiii!! Não conhecia o autor, muito bom descobri-lo! O primeiro livro dele foi do Ziraldo, me pergunto quantos brasileiros passaram por isso, Ziraldo, Maurício de Souza, Ruth Rocha, Vaga-lume, Pedro Bandeira :)
ResponderExcluirGostei muito dos conselhos dele para autores iniciantes.Adorei ver que ele concorda que os blogs literários e redes sociais são importantes na divulgação <3 Beijos.
Paula,
ResponderExcluirLi uma resenha super positiva do livro dele e, muito embora não gostando da capa, eu o lerei.
Adorei a entrevista e acho que o autor está com bons ídolos e uma mente super aberta e preparada para críticas e fãs.
Como não gostar e achar importantes os blog hj em dia???? Nota 10!
Beijos
Chrys Audi
Blog Todas as coisas do meu mundo
Paulinha lindona adorei a entrevista e já estou de olho nesse livro, adorei a sinopse vingança é uma arma mortal mesmo. Muito interessante como foi criada a ideia do livro . beijos
ResponderExcluirA capa deste livro já me deixa mega intrigada, e agora com esta maravilhosa entrevista achei a ideia sensacional, estou curiosa!
ResponderExcluirBeijos Joi Cardoso
Estante Diagonal
Nossa que trágica a história que o livro originou, ficar grávida no colegial já é bem complicado, mas imagina perder nessas circunstâncias? Legal que o autor veja a internet, redes sociais e blogs dessa forma, eu acho que esse ano rolou um grande boom no mundo literário. Bem legal a entrevista com ele!
ResponderExcluirOlá Paula, gostei bastante da entrevista. Sempre acabo conhecendo um pouco mais dos autores que você nos apresenta. Achei bem interessante de onde a ideia do livro surgiu e deve ter dado um trabalho digitalizar tudo, já tive que fazer algo parecido com isso ano passado durante a minha iniciação científica. Gostei também das referências que ele citou, tem vários escritores ali para se conhecer!
ResponderExcluirAbraço!
www.umomt.com
Chocada com isso que ele disse de A voz e Um toque de solidão, como assim trabalhou a ideia em alguns dias e em uma tarde as obras estavam prontas? Gente, que rapidez!!!
ResponderExcluirAchei muito legal ele se lembrar até hoje do nome da bibliotecária que o apresentou aos livros, e que escolheu Ziraldo para fazer isso!
Beijo!
Ju
Entre Palcos e Livros
Eu tive o prazer de conhecer o Danilo no sábado, no stand da Amazon, e adorei o carinho com o qual me recebeu. Foi bem legal poder encontrá-lo pessoalmente depois de tanto tempo conhecendo só pela internet.
ResponderExcluirGostei de ele falar que lê internacionais, mas também dá chance aos amigos e grandes nomes nacionais. Não há competição, pelo contrário, todos têm espaço nesse coração de mãe chamado literatura.
Beijinhos!
Giulia - www.prazermechamolivro.com
Eu não conhecia o autor e nem o livro, mas gostei bastante da entrevista, na verdade eu adoro entrevistas, é tão bacana conhecer um pouquinho algum autor, né? *-* No entanto, o livro não chamou a minha atenção, por enquanto eu não lerei ele, mas desejo sucesso ao Danilo oo/
ResponderExcluirBeijos :*
Larissa - Srta. Bookaholic
Adorei a história do autor! A ligação dele com os livros, e o como ele desenvolve suas histórias.
ResponderExcluirEle foi ótimo falando sobre ler os internacionais, mas tambem dar chance aos seus parceiros nacionais. A casa é grande gente, cabe todo mundo =D
E cara, um autor que já foi blogueiro literário?! Ninguem melhor para compreender os dois lados!
Curti =)
Beeijos, Dreeh.
Blog Mais que Livros
OI Paulinha!
ResponderExcluirParabéns pela entrevista!
Adorei saber mais um pouquinho do autor, até porquê estou louca para ler o livro dele rsrs
Beijos!
Olá Paulinha
ResponderExcluirEntrevista maravilhosa, ainda não tive a oportunidade de ler nada do autor, mas quero em breve fazer isso.
Beijos
Oi Paulinha!
ResponderExcluirBabo com suas entrevistas, seus parceiros são sempre mega interessantes! Sucesso ao autor nessa bienal e preciso dessa resenha, a capa é divina!
Beijos