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Entrevista Blog Overdose Literária: Autor: Renan C. P. Soares

Entrevistando meus Autores - O Prazer da Literatura Nacional!



*Entrevista Blog Overdose Literária:
Autor: Renan C. P. Soares

O. L. - Oi Querido Autor! Conte aos leitores como surgiu a sua história como escritor e suas expectativas com a publicação.
Autor:  O estímulo à criatividade e à imaginação começou desde cedo na minha casa, pois meu pai e minha mãe sempre foram muito atentos à esses estímulos. Com isso, minha paixão pela leitura começou cedo e a vontade de escrever ficção também. Com a maturidade literária, adquirida ao longo dos anos, pude por em prática diversos projetos que me coçavam na mente, entre eles Dose de Vingança.  
Com isso, tenho grandes expectativas em relação ao lançamento que se aproxima. Não são expectativas comerciais e sim em relação à recepção do público alvo. Na primeira publicação feita pelo Clube de Autores a experiência foi positiva. Vamos ver agora pela Multifoco.

O. L. - Como surgiu a ideia de escrever o livro? Quanto tempo levou mais ou menos para escrever?
Autor:  Comigo as ideias costumam crescer na mente aos poucos, como uma semente que se desenvolve até se tornar uma grande planta. Com o livro Dose de Vingança não foi diferente. Eu sou muito fã de uma banda chamada Matanza. Seu estilo é countrycore, ou seja, música country, com a batida e a distorção do hardcore e do metal.  As letras falam de temas clássicos do velho oeste norte americano, com uma boa dose de violência cômica. A semente que plantei na minha mente era de que, mesmo as letras não tendo ligação de enredo umas com as outras, seria muito legal construir com elas uma história completa, com início meio e fim.
A ideia plantada rompeu a terra finalmente quando fui assistir o filme de Quentin Tarantino, Django Livre. Era exatamente aquela estética e estilo que eu precisava para dar forma a uma história inspirada nas letras do Matanza. A mão coçou e assim que cheguei em casa, comecei a escrever, buscando construir uma história ao mesmo tempo independente e com referências à banda.
Nesse projeto específico, quando a plantinha da ideia começou a crescer, se desenvolveu rápido. Eu estava no meio de outro projeto maior (que ainda não terminei), mas tive que parar e escrever o faroeste. Demorou cerca de seis meses para ficar concluído o principal.

O. L. - O que você anda lendo no momento e qual é o seu gênero de leitura preferido? Algum autor preferido?
Autor:  Apesar desse meu primeiro livro ser de um faroeste clássico, o que estou lendo agora é meu gênero e sub gênero favorito: fantasia medieval. Estou, no momento, na metade do quinto livro de Crônicas de Gelo e Fogo – A dança dos dragões. George Martin me surpreendeu verdadeiramente quando finalmente o peguei para ler. Uma literatura fluida, fácil e ao mesmo tempo bela. Descritiva sem ser cansativa e um enredo complexo de fazer virar sua cabeça. Mas não há como falar de fantasia medieval, sem reverenciar o mestre John Ronald Reuel Tolkien. Sou e sempre serei funboy da Terra Média. Ainda nesse campo da fantasia medieval, curti também Marion Zimmer, com as Brumas de Avalon e o brasileiro Leonel Caldela, que escreveu o romance de Tormenta RPG. Por fim, devo muito do meu gosto por leitura à nossa querida J. K. Rowling. 

O. L. - Tem algum lugar onde você tem mais inspiração para escrever?
Autor:  O meu atual projeto é uma fantasia medieval. Recentemente eu passei em um concurso para professor de História da prefeitura de Petrópolis. Petrópolis é chamada de a cidade imperial, visto que foi construída por Pedro II para ser a morada de verão da corte. Enfim, apesar de, como professor de história, ter um olhar crítico em relação a essa construção da memória de Petrópolis, não existe lugar mais inspirador para se escrever uma fantasia medieval, do que nos jardins da casa do imperador, ou em frente à casa de uma princesa, ou até numa catedral gótica, onde está o túmulo do imperador e sua família. Tudo isso com uma boa dose de música épica e pronto, o cenário perfeito.  

O. L. - Fale um pouco sobre as dificuldades de publicação.
Autor: É inegável que publicar hoje está mais fácil que no passado. Sites de auto publicação, e-books etc. Mas isso gera também uma falsa impressão de ampla democracia no que tange a produção cultural literária. O mercado se modernizou com o objetivo de atender melhor seu propósito, o lucro, mas isto não faz dele amplamente democrático, muito pelo contrário. Nos sites de auto publicação você pode realizar seu sonho de ter um livro seu em mãos, mas raramente vai conseguir viver disso e a parte mais cara da edição de um livro (revisão e capa) fica por sua conta. Isso faz com que o acesso a este tipo de publicação, ainda seja excludente da maioria. Além disso, a divulgação também é feita sem qualquer ajuda ou incentivo.
As editoras que abrem espaço para novos autores costumam, muitas das vezes, tratar esse novo autor como se estivesse fazendo um favor e não como se fosse lucrar com isso muito mais que o autor. Enfim, é preciso ter a consciência de que no mundo artístico, salve algumas exceções, só lucra quem não é o artista. E o sucesso de uma obra pouco tem a ver com o talento do artista.

O. L. - Quais conselhos você daria para os que sonham em escrever um livro?
Autor: Escreva! Não vincule seu sonho ao sucesso mercadológico. Escritor não é aquele que ganha milhões ou vive de ser escritor. Escritor é aquele que escreve. Aquele que dedica tempo e coração a essa incrível atividade criativa. Você escreve? Você é um escritor.

O. L. - Você acha que a Internet e os blogs literários têm um papel importante na divulgação dos livros nacionais?
Autor: Sem dúvida. A internet de uma maneira geral apresenta as armas para que se tente driblar essas dificuldades de publicação que eu linkei acima. É claro que, mais uma vez, o alcance disso é determinado pela capacidade de investimento de uma pessoa ou grupo, o que faz com que continue desigual. Mas se não houvesse estes blogs, páginas etc, o mundo da literatura nacional independente ou iniciante seria ainda mais obscuro. 

O. L. - Como funciona a criação dos seus personagens? Eles nascem prontos ou são desvendados pouco a pouco?
Autor:  No meu caso acho que nada nunca está 100% pronto, seja o personagem seja a história em si. Ao final do processo produtivo, depois de reler três vezes sua história, se você reler uma quarta, vai querer modificar alguma coisa. Tenho impressão que os personagens ganham vida própria, solucionam as questões apresentadas sozinhos e determinam o rumo da história. Você prepara um roteiro a ser seguido e sua própria cria vai e bagunça tudo. É ao mesmo tempo desesperador e fantástico. É isso que faz do processo produtivo algo tão maravilhoso e dinâmico. Meus personagens estão vivos!

O. L. - Eles costumam ser inspirados em pessoas reais ou são apenas frutos da sua imaginação?
Autor: São frutos da minha imaginação, por isso são inspirados em pessoas reais. Nada do que criamos, mesmo que seja a mais pura e louca ficção é descolado da nossa inserção na sociedade. Personagens, situações e enredos acabam sendo projeções das nossas próprias vidas sociais no mundo real e como nós nos posicionamos nele. Mesmo aquela pessoa que acredita fielmente ser uma pessoa neutra, ou que tudo aquilo que escreve não tem absolutamente nada a ver com o mundo real, está fazendo essas projeções, pois ninguém vive acima das relações sociais que cria ao seu redor.
Meus personagens costumam ter uma boa dose de auter ego, mesmo que diluído em mais de um personagem. Assim como são, em maior ou menor medida, projeções de amigos, familiares e personalidades, sem, contudo, perder suas características próprias que os fazem únicos.   

O. L. - Um livro que todos deveriam ler e por quê.
Autor: Aquele que tenha palavras. Pode ter figura também, não importa. Nós, muitas vezes, costumamos classificar e hierarquizar o que é boa literatura e o que não é. Esquecemos que, o que é bom para a gente, pode ser ruim para outra pessoa.
É claro que eu tenho aqueles autores que desprezo e não recomendo, como o “pensador” Olavo de Carvalho e a muitos dos “Best Sellers” que escrevem pensando somente no que o mercado quer. E também tenho aqueles que me inspiram, como o próprio George Martin, Marion Zimmer.

Se eu fosse recomendar algum livro, recomendaria qualquer um que abra sua mente e que lhe ajude a se formar como um cidadão crítico, seja de ficção ou não. Não devemos hierarquizar a literatura, mas o livro que transmite ideias de intolerância e preconceito de qualquer tipo, nunca serão recomendados por mim e devem ser combatidos com as ideias.  


O. L. - Muito obrigada pela entrevista e pela oportunidade de conhecermos um pouco mais sobre você. Quer deixar uma mensagem aos leitores?
Autor: Eu que agradeço à oportunidade dada. Cada espacinho cavado por nós nesse assustador e fantástico mundo da literatura, abre mais um espaço para que a mente fluente consiga alcançar reconhecimento. Como tudo na vida, coletivamente somos mais fortes.

Paula Juliana

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