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[Especial de começo de ano] Editora Companhia das Letras - As melhores resenhas de 2018 que passaram pelo Overdose!


[Especial de começo de ano] Editora Companhia das Letras - As melhores resenhas de 2018 que passaram pelo Overdose!


Resenha: Extraordinárias - Mulheres Que Revolucionaram o Brasil - Duda Porto de Souza/ Aryane Cararo
Classificação: 5/5 ♥ Favorito
Editora: Seguinte


Foi inesperado receber a obra Extraordinárias - Mulheres Que Revolucionaram o Brasil, uma grande surpresa e uma grande honra, o que não foi inesperado foi me apaixonar completamente por esse livro que mostra tanta bagagem - tanto conteúdo para o leitor, que apresenta muitas histórias de mulheres ao longo dos séculos, algumas mais conhecidas, outras completas desconhecidas, mas que mereciam e merecem seu destaque na nossa história. Essas mulheres assim como tantas outras que não foram, talvez digamos, que as pioneiras, mas que são representadas por esses nomes e que construíram o Brasil. Derrubaram barreiras, preconceitos  e conquistaram direitos.

Uma coisa que me tocou e me incomodou desde a primeira história a última, foi perceber tão visivelmente que a mulher tanto no Brasil, quanto no mundo sempre esteve em DESVANTAGEM, é como se a figura do homem desde os primórdios tivesse todos os direitos, e todo o poder, e a figura da mulher sempre teve que lutar para conseguir o mínimo de respeito e igualdade.

Em todas essas mini biografias, o sentimento predominante foi o orgulho, pois mesmo nas piores épocas essas ''heroínas'' que lutaram com as armas que tinham, algumas sem espadas e escudos, tinham a caneta e o papel, ou o diploma e sua profissão, algumas sem autoridade nenhuma, saindo dos mais tristes lugares, não deixaram de lutar e conquistar.

Acredito que mesmo depois de todo esse tempo e de muitas conquistas a mulher ainda tem muito o que lutar, que apesar de o mundo já ter visto páginas mais negras, nada é cor de rosa e perfeito para a mulher atual, são tantas demonstrações ainda hoje de desrespeito, crueldade, perseguição e violência.  O Brasil  é um país que mata mulheres e mulheres diariamente. A cultura do machismo ainda é muito forte e o feminismo que somente busca a igualdade entre os gêneros, e extermínio dessa violência, ainda é visto por alguns com deboche e preconceito.

Essa obra linda como é, tenho certeza que vai ser olhada com desprezo e virar de olhos em pleno século XXI por alguns, assim, como também por mulheres como eu vai ser lida com lágrimas nos olhos e orgulho no coração. Vai incomodar e é para incomodar! Várias vezes ao longo da leitura me emocionei, apesar deste livro não trazer um romance, ou uma linda ficção, ao longo dessas quarenta e poucas biografias dessas mulheres conseguimos construir a história geral de uma nação.

Temos todos os tipos de mulheres nessas páginas, temos mortes prematuras e longas histórias de vida, vamos de norte a sul do Brasil, com mulheres que se envolveram em campos de batalha, na aviação, na arte, na literatura, na política, no direito, na moda, no exército, e por ai vai, mulheres que passaram por muito na vida e transformaram a vida de muitas de nós, obrigada a cada Brasileira e cada Abrasileirada. Extraordinárias - Mulheres Que Revolucionaram o Brasil com suas incríveis histórias, ilustrações, e linha do tempo nos inspira e deixa o recado de que a LUTA não terminou! Apenas está começando!
Resenha: Quem Tem Medo do Feminismo Negro? - Djamila Ribeiro
Classificação: 5/5 ♥ Favorito
Editora: Companhia das Letras
 

  ''Enquanto naquela época mulheres brancas lutavam pelo direito ao voto e ao trabalho, mulheres negras lutavam para ser consideradas pessoas.''

Está na hora de conversar!
Considerando o momento que estamos passando em nosso país, resolvi enfim fazer a resenha desse livro, já tinha o terminado há algumas semanas, mas ainda não tinha tido forças para vir aqui e ter essa conversa com vocês. Mais que uma resenha, espero também levantar uma bandeira neste texto e mobilizar as pessoas que acompanham o blog. Estamos em eleição, estamos em um momento muito importante para o Brasil, escolhas feitas agora podem muito bem ser um ponto de esperança ou mesmo um retrocesso sem igual para nossa nação.

Considerando fatos, sem partidos, ou apologias, quero mesmo aproveitar a resenha dessa obra MARAVILHOSA escrita pela autora Djamila Ribeiro, o livro: Quem Tem Medo do Feminismo Negro? para tratar algumas questões que merecem ser discutidas SEMPRE, pois são fundamentais para mudar a situação que vivemos e que vamos viver futuramente.

''Não adianta se incomodar com isso e ser contra as cotas, ser fã de humorista racista, chamar militantes de vitimistas. Ou ainda ser a favor da redução da maioridade penal quando se sabe que ela só vai encarcerar jovens negros, porque se julga que jovens brancos ricos ou de classe média são ''de boa família'' e ''cometeram um erro''.''

Quem Tem Medo do Feminismo Negro? fala sobre racismo, sobre feminismo, sobre desigualdade, heranças históricas, fala sobre ''minorias'', sobre preconceitos, sobre sociopolítica, sobre cultura, imagem e violência sexual. Djamila Ribeiro expõem fatos e opiniões por meio de seus textos, em sua maioria curtos que foram publicados no blog CartaCapital. Não poderia ter lido em momento melhor. Sinto que a sociedade está se perdendo, sempre fomos um povo preconceituoso, mas por agora tudo parece mais evidente, então agora mais do que nunca devemos TRATAR temas como esses, os discutir, desmistifica-los, exigir políticas públicas para mudar essa cultura sombria e não o contrario.

''Cotas raciais são necessárias porque este país possui uma dívida histórica para com a população negra. Dizer-se antirracista e ser contra as cotas é, no mínimo, uma contradição cognitiva e, no máximo, racista. ''

Djamila Ribeiro fala sobre o feminismo, mas um feminismo ainda mais marginalizado que o nosso, o feminismo negro. Mulher por ser mulher sempre foi um luta, ser mulher e negra é ainda mais estereotipado, se for gay então, ai temos o combo preconceito. Muitas mulheres sofrem esse tipo de violência diariamente. São pequenos comentários, são olhares, são atos,  o que para alguns pode ser normal, na verdade nunca devia ser. Dizer que não devemos oprimir ou dividir alguém pela cor da sua pele, pelo seu sexo ou sexualidade é fácil, quero ver é extinguir esse tipo de tratamento, mudar uma cultura, pois sim, vivemos em uma sociedade machista, e preconceituosa, as pessoas falam e respiram preconceito mesmo sem se dar conta. E essa ''doença'' tem que ser tratada, então, devemos conversar!

''Falar de questões que foram historicamente tidas como inferiores, falar de mulher, população negra e LGBT, é romper com a ilusão de universalidade que exclui. Não nos enganemos quando eles dizem que falam de temas universais e nós não. Estão somente falando de si próprios.''


Os textos de Djamila Ribeiro são maravilhosos e também dolorosos, são críticos e reais, gostaria muito que todas as pessoas que conheço tivessem a chance de ler essa obra e a entende-la. Gostaria de viver em uma sociedade igualitária onde não precisássemos lutar pelo certo.

''O discurso criminoso de Jair Bolsonaro no dia da votação ilegítima do impeachment na Câmara mostra isso. Ele fez alusão ao Coronel Ustra, homem que comandou o Doi-Codi, e o chamou de ''pavor de Dilma'' , que foi torturada na ditadura. Independente das críticas que se tenha ao governo, o machismo é evidente.''

Quem Tem Medo do Feminismo Negro? é uma obra forte, levanta temas importantes, fala sobre história, as pessoas deveriam dar uma atenção maior para a nossa história para assim não repetir erros, fala sobre desigualdades, sobre a cultura do estupro, sobre a necessidade das cotas, sobre o problema de diminuir a maior idade penal. Os textos de Djamila Ribeiro falam sobre assuntos atuais, que apareceram na mídia entre  2014 e 2017 e levantam bandeiras que  não devem ser ignoradas, principalmente AGORA! Não estamos falando apenas sobre preconceito, estamos falando sobre princípios e moral, afinal, eles dizem muito sobre a sociedade brasileira.

''O país onde todos adoram samba e carnaval, mas onde se mata mais negros no mundo. O brasileiro não é cordial. O brasileiro é racista.''

''A cultura é construída, portanto os valores dela também o são.''

#EleNão #SefereaminhaexistenciaSereiResistencia #Porumasociedadejusta

#DEMOCRACIA #DITADURANÃO

Paula Juliana

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